sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Quinze do oito

Vem chegando o dia.
Mais um.
E os 48 não vão chegar.
Mas os 30 vão.
E não vai ter a mesma graça.
Igual não tem o vestido branco.
As seis da tarde. As quatro da manhã. 
Nem os sapatinhos em pés gordinhos.
Duas velhinhas na rua.
Feriado da Santa.

E dói
Os quadros nas paredes.
A porta sempre aberta.
Louças sujas, armários arrumados. 
Os primeiros dias de quem dá a luz.
Chico, Caetano e Gil.
Uma roupa que rasga.
Ver o que vai embora.
Cada papel revirado, carimbado e assumido.
Cada dia que começa.


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