terça-feira, 23 de março de 2010

[Dicionário]

Futuro


s.m. O tempo que está por vir, a existência que se há de seguir à atual. / Destino. / Diz-se de cotação de mercadoria a preços que arriscam os que terá após produzida. // Gramática Futuro do presente, tempo do verbo que se refere a um fato ainda por vir. // Futuro do pretérito, tempo do verbo que se refere a um fato por vir, condicionado a outro fato a ele anterior. // Fam. Dar futuro, maneira de dizer que uma coisa pode ser proveitosa, pode trazer vantagem. / &151; Adj. Diz-se do que não é ainda mas pode ou deve vir a ser. // &151; loc. prep. De futuro, ou para o futuro, de agora em diante, num tempo que ainda há de vir.


Ele ainda há de chegar Caro Polidoro...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Please, don't watch me dancing

Quebra-nozes,

Sua bailarina não dança.
Não mais como na infância e nas recordações
em que o palco era expectativa e sonho
em que a vida era uma eterna fantasia.

Hoje a bailarina sonha
em expectativas infantis
que o palco seja a vida
de danças fantásticas
e eternas recordações ao seu lado.

Simples como pode ser
um conto de fadas ou uma história de amor
que, com a sorte dos tempos de outrora,
será observado por uma fada açucarada...


quarta-feira, 10 de março de 2010

Azul

O Desjejum do Cego (1903).Pablo Picasso (1881-1973).Óleo sobre tela , 70 x 70 cm.The Metropolitan Museum of Art (Nova York)


A beleza pode ser azul.
Emoção.
Hoje é um dia belo.
Atenção,
Ainda estamos no desjejum,
e ainda não podemos ver
(a beleza?)
que está a nossa frente.

domingo, 7 de março de 2010

Parasita

Aqui, estamos infestados deles
Roubam-nos a luz, o doce, o sossego
Moram nos nossos espaços
Transitam e voam por todos os cantos
Aqui, eu sou apenas mais um deles

Polidoro, be carefull where you stand!


segunda-feira, 1 de março de 2010

Águas de Março

"É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
pau, pedra, fim, caminho
resto, toco, pouco, sozinho
caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração."

Tom Jobim

Nossas últimas águas de março juntas, amigo Polidoro...